CINEMA E HISTÓRIA

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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Apocalypse Now (Redux)





Apocalypse Now (Redux)
Apocalypse Now (Redux). EUA, 1979, 202 minutos. Direção: Francis Ford Coppola. Elenco: Martin Sheen, Marlon Brando, Robert Durvall, Harrison Ford, Dennis Hopper. Contexto histórico: Guerra do Vietnã (1963-1975). Sinopse: um militar do exército norte-americano tem a missão de matar um colega desertor que teria enlouquecido, formado um exército paralelo com nativos e agindo “por conta própria”. Ponto forte: o número de filmes sobre a invasão norte-americana no Vietnã é tão expressivo que Guerra do Vietnã acabou virando um sub-gênero do gênero Filmes de Guerra. Desde os mais patrióticos, como Os Boinas-Verdes, com John Wayne, até os mais críticos, como o documentário Corações e Mentes. Porém, o mais clássico talvez seja Apocalipce Now, um épico sobre o caos, o horror, a inutilidade e a insanidade da Guerra do Vietnã. Uma guerra em que não se luta por honra ou ideologia, não se luta por nada (“Vocês americanos estão lutando pelo maior nada da história”). O sadismo e a arrogância dos soldados norte-americanos, perdidos e amedrontados, matando mulheres e crianças, sem ao menos saberem o objetivo de suas ações (“Acusar um homem de assassino neste lugar era como dar multas de velocidade na formula Indy”). Soldados ainda adolescentes “brincando” de guerra, drogados e sem comando em um Vietnã-hospício (“Ensinamos os soldados a matar, mas não permitimos que escrevam palavrões”). A loucura da guerra e o poder que a Guerra tem de enlouquecer quem dela participa (“Muitas vezes um militar no meio dos nativos se acha um Deus e confunde as coisas...”). Mais do que a violência retratada, o filme é assustador pela insanidade dos combatentes, pela falta de objetivos ou sentido de quem luta, pela falta de sentido da guerra em si. A guerra torna-se apenas para matar o inimigo (“os vietcongs só têm duas formas de voltar para a casa: a morte ou a vitória”). Destaca-se ainda o magistral uso da trilha sonora e a excelente representação da ocupação de um vilarejo por tropas americanas, comandadas por um insano tenente-coronel-surfista. Um road-movie pelo Vietnã dilacerado, transformado em um inferno pelos EUA. O filme consegue ser surrealista e realista ao mesmo tempo. Baseado no livro O Coração das Trevas, de Joseph Conrad. Ponto Fraco: o roteiro previsível e a atuação do protagonista Martin Sheen, que fica o filme inteiro com a mesma expressão vazia no rosto.

Genial e antológica criação de Francis Ford Coppola, Apocalipse Now, é considerado o melhor filme já realizado sobre a insanidade da Guerra do Vietnã.
Ao traçar um paralelo entre a loucura de um coronel do exército norte-americano, o coronel Kurtz, vivido por Marlon Brando, e a realidade do conflito, a obra-prima desfila uma sequência de situações inimagináveis, mas absolutamente verdadeiras, no trajeto seguido pelo capitão Wilard (Martin Sheen) pelos cenários do conflito rumo as fronteiras do Vietnã, onde tem a missão secreta de assassinar Kurtz. Com uma fotografia de tirar o fôlego, uma trilha sonora impecável e um conjunto de personagens poucas vezes vistos no cinema, o filme abriu mão de clichês ou sentimentalismos fáceis e tornou-se uma referência para aqueles que desejam aprofundar a compreensão sobre o mais longo dos conflitos da Guerra Fria. Historiador Marcelo Paiva.

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