CINEMA E HISTÓRIA

CINEMA E HISTÓRIA

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Obrigado por fumar





Obrigado por fumar
Thank You for Smoking. EUA, 2005, 92 minutos, 12 anos. Direção: Jason Reitman. Elenco: Aaron Eckhart, Maria Bello, Cameron Bright. Contexto histórico: atual, a ética pessoal versus a necessidade de manter o emprego. Sinopse: o protagonista tem o difícil emprego de lobbysta de empresas de tabagistas, precisa defender o cigarro em debates públicos e programas de televisa. Além disso, deve alterar dados e manipular informações para minimizar os problemas causados pelo fumo. Chega a formar um pequeno clube com outros dois lobbysta de produtos “indesejáveis”, dos fabricantes de armas e de bebidas alcoólicas. Os “vigilantes da saúde” são liderados por um senador em uma cruzada contra o cigarro. O senador lembra Eugene McCarthy, da cruzada contra o comunismo durante a Guerra Fria. Ponto forte: debate o “politicamente correto” da atualidade e questões éticas que envolvem a atual sociedade de consumo.

Olga – Muitas paixões numa só vida
BRA, 2004, 141 minutos. Direção: Jayme Monjardim. Elenco: Camila Morgado, Caco Ciocler, Fernanda Montenegro, Osmar Prado. Contexto histórico: Estado Novo, ditadura Vargas, tentativa de golpe comunista. Sinopse: o filme narra a vida de Olga Benário (1908-1942), revolucionária alemã comunista e companheira de Luis Carlos Prestes, líder tenentista e comunista brasileiro. Juntos, eles tentaram um golpe para tomar o poder e instalar o comunismo no Brasil, em 1935, a chamada – de forma irônica – Intentona Comunista, no período Vargas. O filme se detém na formação de Olga como guerrilheira em Moscou, na tentativa da Intentona comunista no Brasil e nos últimos momentos de sua vida em um campo de concentração na Alemanha, principalmente a dolorosa separação da filha. Ponto Forte: mostra a ditadura Vargas de forma explícita: a tortura, a perseguição aos opositores. O filme foi muito criticado, com razão, pela linguagem e estética excessivamente televisiva. Baseado no livro clássico de Fernando Morais.

A Onda


A Onda



Die Wele. ALE, 2008, 101 minutos. Direção: Dennis Gansel. Elenco: Jürgen Vogel, Frederick Lau, Jennifer Ulrich. Contexto histórico: atual, a perigosa perpetuação de elementos da doutrina nazista. Sinopse: professor do ensino médio inicia uma experiência pedagógica para mostrar na prática o clima que permitiu a ascensão e a aceitação do Nazismo na Alemanha, na década de 30. Os alunos formam um grupo chamado “A Onda” e entram em contato com os princípios nazistas: a extrema disciplina (“força pela disciplina”), o poder do grupo sobre o indivíduo, a liderança carismática. Uma aluna que se recusa a participar da atividade é excluída e passa a ser perseguida pelos colegas. A experiência acaba saindo do controle do professor e o grupo deixa de atuar somente na escola, virando um grupo nazista de verdade. Ponto forte: através do filme é possível perceber como o nazismo se alastrou na sociedade alemã, seus mecanismos, ver a importância dos signos e símbolos, a força de cooptação da doutrina nazista. Baseado em uma história real ocorrida na Califórnia em 1967 e no curta-metragem homônimo realizado em 1981.

Onde Sonham as Formigas Verdes



Onde Sonham as Formigas Verdes
Where the Greem Ants Dream. Austrália /ALE, 1984, 100 minutos. Direção: Werner Herzog. Elenco: Bruce Spence, Wandjuk Marika, Roy Marika. Contexto histórico: colonização da Oceania, início do século XX. Sinopse: os aborígines no interior da Austrália resistem a uma empresa mineradora que pretende escavar o solo para procurar urânio. É que neste solo vive uma espécie de formiga que, segundo os nativos, possuem poderes mágicos, manifestados através dos sonhos. Esses insetos são cultuados como seres sagrados pela população local, que considera o trabalho da empreiteira uma profanação. Ponto forte: a questão do etnocentrismo é explicitada quando o avião, originalmente utilizado como meio de transporte, vira um símbolo sagrado e ritualístico para os aborígines, e a aterra, originalmente lugar sagrado, vira lugar de exploração econômica para a mineradora. Um filme de caráter antropológico.

Paradise Now




Paradise Now. PAL/FRA/HOL/ALE/ISR, 2005, 90 minutos. Direção: Hany Abu-Assad. Elenco: Ali Suliman, Kais Nashif, Lubna Azabal. Contexto histórico: atual. Sinopse: O filme acompanha o último dia de dois homens-bomba, dois mecânicos palestinos que são convocados para uma missão suicida em Tel Aviv. Ponto forte: O filme tenta responder a complexa pergunta: como será o último dia de um homem-bomba? Destaque para a cena em que os homens bombas estão gravando seu depoimento final e sua afirmação de propósitos.


O Pianista






O Pianista



Le Pianiste. POL/FRA/ING/ALE, 148 minutos, 2002. Direção: Roman Polanski. Elenco: Andrien Brody, Emilia Fox, Ed Stoppard. Contexto histórico: Segunda Guerra Mundial, formação do gueto de Varsóvia. Sinopse: o filme narra a história do pianista polonês Wladyslaw Szpilman que durante a Segunda Guerra precisou sobreviver sozinho – sua família foi enviada a um campo de concentração – e escondido em uma Varsóvia devastada pela Alemanha nazista. O filme reconstitui a formação e o levante do bairro de Varsóvia, em 1943, quando os judeus resistiram por vinte dias ao exército alemão. Ao final, os judeus poloneses foram massacrados. Ponto forte: o personagem simboliza o desejo de sobrevivência do ser humano em situações extremadas. A degradação e a desumanização que a guerra provoca. A Varsóvia invadida também é um dos personagens do filme: as bombas, o bairro destruído, as ruas obstruídas. O filme é baseado em relatos do próprio Wladyslaw Szpilman, que morreu aos 88 anos, em 2000. Destaque para a atuação de Andrien Brody. O filme ganhou o Oscar.


O Planeta dos Macacos




O Planeta dos Macacos
The Planet of the Apes. EUA, 1968, 111 minutos, 12 anos. Direção: Franklin Schaffner. Elenco: Charlton Heston, Roddy McDowall, Kim Hunter. Sinopse: a narrativa se passa no ano de 3978, quatro astronautas estão fora do planeta terra há mais de dois mil anos. Ao tentarem regressar posam em um planeta dominado pelos macacos. Os humanos são tratados como bichos e perdem a habilidade da fala. Contexto histórico: apesar do gênero ficção científica retrata o contexto da Guerra Fria e as suas possíveis conseqüências trágicas. Ponto forte: um filme panfletário contra a Guerra em forma de ficção científica. O astronauta afirma: “Eu deixei o século XX sem pesar...Será que o homem, essa maravilha do universo, esse glorioso paradoxo que me mandou às estrelas, ainda faz guerra com os irmãos e deixa as crianças do vizinho na miséria?”. Em outra cena, enquanto um astronauta coloca a bandeira americana no planeta recém descoberto, Taylor ri descontrolada e debochadamente do gesto patriótico do companheiro. Várias alusões ao confronto religião e ciência. Um símio cientista afirma que o macaco descende do homem, o que é ridicularizado pela academia científica dos macacos.

O filme teve quatro continuações: De Volta ao Planeta dos Macacos (1970), Fuga do Planeta dos Macacos (1971), A Conquista do Planeta dos Macacos (1972) e A Batalha do Planeta dos Macacos (1973). Há também uma péssima versão de 2001.

A Batalha do Planeta dos Macacos. Battle for the Planet of the Apes. EUA, 1973, 86 minutos. Direção: J. Lee Thompson. Elenco: Roddy McDowall, Claude Akins, John Huston). O último episódio da série, mantêm a ênfase na mensagem pacifista (“todo conhecimento é para o bem, apenas o seu uso é que pode ser para o bem ou para o mau”) e nas referencias à Guerra Fria (“Em algum lugar da história essa destruição em cadeia precisa parar. Não sobrará ninguém”). O planeta terra voltou a ser comandado pelos macacos, mas uma nova geração que busca a paz (“Agora que os símios estão no leme a terra navega tranqüila”), comandada pelo profeta César (“Eu sou a lei”). Porém, o General Aldo, um gorila golpista, busca derrubar o governo pacifista pois não aceita a convivência harmônica entre macacos e homens. “Nós queremos armas, armas são poder”, grita Aldo. Após a tentativa de golpe e as mortes que se sucedem, a triste constatação: após um símio matar outro símio ele se “juntou a raça humana”. A novidade é a história ser contata em tom de narrativa bíblica:
“No princípio, Deus criou o animal e o homem para que ambos pudessem viver amigavelmente, compartilhando um mundo de paz, mas na plenitude dos tempos, homens maus traíram a confiança de Deus e, desobedecendo sua palavra sagrada, travaram guerras sangrentas, não apenas contra os de sua própria espécie, mas contra os macacos que reduziram a escravidão [...] Então, em sua ira, Deus mandou a terra um salvador milagrosamente, nascido de dois macacos [...] Então, o homem sentiu medo pois os macacos possuíam o poder das palavras.
A superfície do mundo foi devastada pela guerra [...] as grandes cidades despedaçadas [...] nosso salvador guiou os poucos sobreviventes em busca de pastagens mais verdes, onde macacos e humanos pudessem viver amistosamente para sempre [...] seu nome era Cesar”.

Pra Frente Brasil



Pra Frente Brasil
BRA, 1983, 104 minutos. Direção: Roberto Farias. Elenco: Reginaldo Farias, Antonio Fagundes, Carlos Zara, Neuza Amaral. Contexto histórico: ditadura militar, período do milagre econômico brasileiro do governo Médici do general Médici (1969-1974), que combinava investimento maciço do Estado na industrialização e na realização de grandes obras com capital estrangeiro (empréstimos externos) e a montagem de um forte sistema coercivo de controle do Estado sobre a sociedade civil. Os militares queriam vender a imagem de que haviam desenvolvido o Brasil, a imagem de “Brasil potência mundial”, e uma séria de campanhas publicitárias foram elaboradas misturando ufanismo, nacionalismo e propaganda governamental: “Esse é um país que vai pra frente, “Ninguém segura esse país”, “Noventa milhões em ação”, “Brasil: ame-o ou deixe-o” e “Pra Frente Brasil”. Sinopse: um cidadão comum é confundido com guerrilheiro comunista e sofre todo o tipo de tortura. Ponto Forte: Roberto Farias foi obrigado a fazer algumas concessões à censura federal, sendo a principal colocar ao final do filme a frase “esta é uma história de ficção”. Mostra a tortura durante o governo do General Emílio G. Médici (1969-1974). Primeiro filme a mostrar, explicitamente, a tortura do Regime Militar (1964-1985), ainda durante a sua vigência.

Quando Voam as Cegonhas



Quando Voam as Cegonhas



Letjat Zhuravli. URSS, 1957, 97 minutos Direção: Mikhail Kalatozov. Elenco: Tatyana Samoilova, Aleksei Batalov. Contexto histórico: participação da União Soviética na Segunda Guerra Mundial. Sinopse: Um casal apaixonado é separado pela guerra. Ela se casa com o irmão do combatente, que nunca conseguiu esquecer. Ponto forte: as metáforas são fracas, mas esteticamente é cinema puro, os movimentos de câmera são impressionantes e revolucionários, colocam o espectador a “participar” da cena. Um preto e branco “colorido” de tão expressivo. Apenas no final aparece uma mensagem ufanista da participação da URSS na Segunda Guerra, pois a obra não se detém apenas nas vitórias ou no lado heróico das guerras, mostrando momentos de derrota nos combates. O filme mostra a convocação para a Segunda Guerra, a partida dos soldados, a tristeza dos que ficam. Palma de Ouro de Cannes. Imperdível.

A Queda! As Últimas Horas de Hitler





A Queda! As Últimas Horas de Hitler
Der Untergang. ALE/ITA/AUSTRIA, 2004, 156 minutos. Direção: Oliver Hirschbiegel. Elenco: Bruno Ganz, Alexandra Maria Lara, Corinna Harfouch. Contexto histórico: momentos antes da invasão de Berlim pelos soviéticos e a derrota definitiva da Alemanha nazista na Segunda Guerra. Sinopse: os últimos dias de Hitler isolado em um bunker (uma gigantesca caixa de cimento). A narrativa se passa do dia 20 de abril (aniversário de Hitler) a 2 de maio de 1945 (suicídio). A história vista pelos olhos de Traudl Junge, secretária particular do Führer. Ponto forte: a atuação perfeita de Bruno Ganz, que incorporou mesmo o personagem e ficou mais parecido com Hitler que o próprio. A construção do protagonista, sem exageros ou caricaturas. Retrata os três últimos anos da vida de Hitler, período em que estava escondido no bunker. Mostra as reações coléricas de Hitler diante de cada nova derrota militar da Alemanha. O avanço soviético sobre Berlim. Hitler culpa o povo alemão pela derrota e fecha a cidade, deixando a população morrer, portanto, é falsa a afirmação de que o filme passa uma imagem simpática do ditador alemão, simplesmente retrata o ditador de uma forma mais verossímil, mas não se omite ao mostrar as anomalias de um Estado deformado. Destaque para a cena das crianças uniformizadas sendo condecoradas pelo führer. A representação foi feita a partir de uma cena real apresentada no documentário sueco Mein Kampf, de Erwin Leiser, de 1961.

Quo Vadis




Quo Vadis
Quo Vadis. EUA, 1951, 171 minutos. Direção: Mervin Leroy Elenco: Robert Taylor, Deborah Kerr, Leo Genn. Contexto histórico: o governo de Nero em Roma e o surgimento do cristianismo, período do chamado cristianismo primitivo. Sinopse: general romano se apaixona por uma jovem cristã. Quando Nero coloca fogo em Roma e culpa os cristãos, o general salva sua amada. Paralelo ao romance central, o filme mostra várias atrocidades cometidas por Nero. Ponto Forte: o filme traça um interessante paralelismo entre Nero e Hitler: ambos autoritários, teatrais e patéticos; ambos sentiam-se artistas; provocaram incêndios, Nero em Roma no ano de 64 d.C., e Hitler no parlamento alemão em 1933. Nero acusou os cristãos pelo incêndio, assim como Hitler acusou os comunistas. No filme, Nero queria construir uma nova Roma, bela, limpa e monumental, uma nítida referência ao III Reich. As cenas do imperador romano discursando lembram o ditador alemão em suas aparições públicas. E, por fim, ambos suicidaram-se. O filme explicita a participação das classes dominantes no governo.

A Rainha



A Rainha



The Queen. ING/FRA/ITA, 2006. Direção: Stephen Frears. Elenco: Helen Mirren, James Cromwell. Contexto histórico: a monarquia inglesa, seus rituais e tradições. Sinopse: o filme narra os episódios que se seguiram após a morte da princesa Diana. A Inglaterra presenciou dias muito conturbados: a indecisão da rainha Elizabeth II entre manter a tradição ou aceitar a popularidade de Lady Di. Nesse momento, se cogitou, inclusive, a possibilidade do fim da monarquia. Pela primeira vez, um político socialista, Tony Blair, assume o cargo de primeiro ministro, novidade para um país conservador como a Inglaterra. A opinião pública queria que a rainha abrisse mão da tradição e permitisse que a ex-mulher do príncipe Charles tivesse um enterro com os rituais de princesa. Ponto forte: o filme mostra toda a pompa e os rituais da monarquia inglesa (“Duas horas e meia para decidir entre carro e carruagem”). Começa em um ritmo alucinante: a eleição de Tony Blair para Iº ministro, o seu primeiro encontro com Elizabeth, a vida de celebridade da ex-princesa Diana e sua morte em um acidente de carro: tudo isso em impressionantes 12 minutos. Depois segue mais lento e introspectivo. A idéia geral do filme é que Tony Blair, um Iº ministro socialista, salvou a monarquia. Singularidades da Inglaterra. Uma retrospectiva da vida de Diana transpassa o filme. O material de noticiários utilizado enriquece bastante o filme.

A Rainha Margot





A Rainha Margot



La Reine Margot. FRA, 1994, 136 minutos. Direção: Patrice Chéreau. Elenco: Isabelle Adjani, Daniel Auteuil, Virna Lisi. Contexto histórico: descreve o massacre de cerca de 4 mil protestantes no 24 de agosto de 1572, em Paris, episódio que ficou conhecido como Noite de São Bartolomeu. Carlos IX (1560 a 1574), da dinastia dos Valois, era o rei da França no período. Na prática, quem governava era a sua mãe, Catarina de Médicis. A França estava dividida entre católicos e protestantes (huguenotes), quando ficou acertado o casamento da filha de Catarina, Margot, com o príncipe protestante Henrique de Navarra, com o objetivo de unir os franceses. O evento mostrou-se uma armadilha para os protestantes. Navarra tornou-se rei da França em 1574, dando início a Dinastia dos Bourbons, mas antes precisou converter-se ao catolicismo. Sinopse: o filme reproduz todos os acontecimentos que culminaram na Noite de São Bartolomeu. Ponto forte: Baseado no romance homônimo de Alexandre Dumas. Venceu cinco prêmios César.

Rede de Mentiras






Rede de Mentiras


Body of Lies. EUA, 2008, 128 minutos. Direção: Ridley Scott. Elenco: Leonardo DeCaprio, Russell Crowe. Contexto histórico: atual, os sofisticados aparatos tecnológicos como meio de controle social. Sinopse: Leonardo DeCaprio interpreta um agente da CIA que entra em conflito com o superior que o controla o tempo inteiro, durante uma missão no Oriente Médio. O agente envolve-se amorosamente, complicando a sua missão, assim como na obra de Orwell. Ponto Forte: o filme parte do mesmo princípio do livro de Orwell, 1984, que retrata uma sociedade onde as pessoas são vigiadas 24 horas por meios eletrônicos, porém, Rede de Mentiras se passa atualmente e sem o tom ficcional de 1984: celulares, filmadoras e satélites são os meios de controle social, reais e presentes no nosso cotidiano.

Rio Vermelho


Rio Vermelho
Red River. EUA, 1948, 133 minutos. Direção: Howard Hawks e Arthur Rosson. Elenco: John Wayne, Montgomery Clift, Joanne Dru. Contexto histórico: os efeitos devastadores da Guerra Civil americana no sul, quando a miséria da região obrigava o transporte do gado para ser vendido no norte, pois no sul não havia dinheiro suficiente para uma boa venda dos animais. Sinopse: John Wayne incorpora o espírito atribuído aos pioneiros que conquistaram o oeste, o pretenso espírito desbravador norte-americano, ocupando terras no sul, criando gado, enfrentando índios e mexicanos. Wayne é um criador de gado que tem como objetivo conduzir 9 mil cabeças de gado pelo oeste até o Rio Vermelho, e nada desvia-o dessa missão: fome, índios, a perda da mulher amada (assassinada – claro – pelos índios), deserções de companheiros. Se necessário, Wayne não come e não dorme, em um estoicismo extremado. Quando manda executar algum desertor e é questionado, apenas diz: “Eu sou a lei”. No fim, acaba sendo destituído da liderança do grupo devido ao exagero da sua rigidez e da sua inflexibilidade. Wayne sente-se traído e jura vingança contra um rapaz justo e sensível, e que ele havia criado desde menino, que agora passa a conduzir o grupo. O filme culmina com um duelo entre os dois, que mesmo se amando como pai e filho, colocam em primeiro lugar a questão da honra masculina. Ponto forte: através do filme é possível perceber a imagem que se busca passar dos pioneiros norte-americanos. Destaque para a bela fotografia.

Roma, Cidade Aberta



Roma, Cidade Aberta



Roma, Cittá Aperta. Itália, 1945, 94 minutos. Direção: Roberto Rosselini. Elenco: Aldo Fabrizi, Anna Magnani, Marcello Pagliero. Contexto histórico: a Itália após a Segunda Guerra Mundial; as trágicas conseqüências sociais da guerra. Os partidários contra e os apoiadores do nazismo na Itália. Primeiro filme rodado na Itália após a Segunda Guerra e que mostra, justamente, as dificuldades vividas pela população após a derrota italiana. Sinopse: um grupo nacionalista, escondido em um apartamento, planeja como derrotar os nazistas que ocuparam Roma. Ponto forte: Algumas cenas da cidade filmadas por cineastas anônimos durante a guerra foram incorporadas ao filme, fornecendo um caráter documental ao mesmo. O filme inaugurou um movimento cinematográfico conhecido como Neo-Realismo italiano, tornando-se um paradigma estético. Venceu o festival de Cannes

Roma, um Nome de Mulher



Roma, um Nome de Mulher



Roma. ARG/ESP, 2004, 148 minutos. Direção: Adolfo Aristarain. Elenco: Juan Diego, Susú Pecoraro, José Sacristán. Contexto histórico: a Argentina do período áureo dos anos 50 às trágicas ditaduras militares da década de 70. Sinopse: um escritor recluso recorda o passado a fim de escrever sua bibliografia, principalmente a relação com sua mãe dedicada e carinhosa chamada Roma. Assim, o título do filme refere-se a ela, não à cidade de Roma. Ponto forte: apesar de intimista, mostra como pano de fundo a história da Argentina. O enredo é contado sem pressa. O desfecho decepciona um pouco. Não se concretiza como filme intimista, nem como filme histórico.

Sammy e Rosie


Sammy e Rosie


Sammy e Rosie Get Laid. ING, 1987, 101 minutos, 16 anos. Direção: Stephen Frears. Elenco: Shashi Kapoor, Ayub Khan Din, Roland Gift. Contexto histórico: a Inglaterra da década de 80. Sinopse: um político paquistanês foge para Londres para escapar da repressão política e se hospeda na casa do filho, em um bairro miserável e violento da cidade. Ponto forte: Aborda questões sociais das periferias das grandes metrópoles, no caso específico de Londres, como os conflitos entre a polícia e as minorias raciais (orientais, negros, árabes), a imigração ilegal e o tráfico de drogas. O roteiro é de Hanif Kureishi, escritor paquistanês. Stephen Frears foi considerado o melhor diretor inglês da década de 80.

Satyricon


Satyricon



Satyricon. ITA, 1969, 120 minutos. Direção: Federico Fellini. Elenco: Martin Potter, Salvo Randone. Contexto histórico: Roma governada pelo imperador Nero (54-68 d.C.). Sinopse: as aventuras sexuais de três jovens nos submundos da Roma antiga. Ponto Forte: adaptação da obra homônima de Caio Petrônio, uma crônica da Roma pagã. O filme, assim como o livro, não possui um começo e um fim determinado, pois dos escritos do século I d.C. sobreviveram apenas fragmentos. As práticas sexuais refletem o mundo romano pagão, mas também os comportamentos sexuais dos anos 60.

O Segredo de Berlim





O Segredo de Berlim



The Good German. EUA, 2006, 105 minutos. Direção: Steven Soderbergh. Elenco: George Clooney, Cate Blanchett, Tobey Maguire. Contexto histórico: a cidade de Berlim após a Segunda Guerra. Sinopse: um jornalista norte-americano viaja à Berlim para cobrir uma reunião dos aliados e acaba se envolvendo em um assassinato. Ponto forte: filmado em preto e branco, a fim de criar um clima de filme Noir dos anos 40. Baseado no romance de Joseph Kanon.