CINEMA E HISTÓRIA

CINEMA E HISTÓRIA

quarta-feira, 27 de abril de 2011

El Cid




El Cid
El Cid. EUA, 1961, 184 minutos Direção: Anthony Mann. Elenco: Charlton Heston, Sophia Loren, Raf Vallone. Contexto histórico: a Guerra da Reconquista e a formação do estado espanhol. A Guerra da Reconquista significa a retomada da Península Ibérica – que os árabes invadiram no século VIII – pelos cristãos e a consolidação do catolicismo no ocidente. Rodrigo Dias de Vivar, El Cid, personagem mítico da história da Espanha, lutou contra os mouros no decorrer do século XI, obtendo grandes extensões de terra. O herói teria sido o único homem a ganhar uma batalha, mesmo morto, quando foi amarrado – já sem vida – a um cavalo para assustar os árabes. Sinopse: a história do mito ibérico, as batalhas para expulsar os mouros da Península Ibérica e formar a Espanha, a tentativa de conciliar cristãos e árabes contra os novos invasores vindos da África, a vida na corte, a fidelidade ao rei. Ponto forte: o filme é baseado no livro Poema de Cid, o mais conhecido do período medieval, onde os atos heróicos de El Cid foram registrados. A obra é composta de quase quatro mil versos e foi escrita por volta do ano 1100. Épico de boa qualidade, um dos melhores do período dos épicos de Hollywood.

Em Minha Terra



Em Minha Terra
In My Country. ING/IRL/AFR, 2004, 103 minutos. Direção: John Boorman. Elenco: Samuel Jackson, Juliette Binoche. Contexto histórico: o período pós-apartheid na África do Sul, governo de Nélson Mandela. O Apartheid era uma cruel política de segregação racial imposta aos negros por uma minoria branca que detinha 90% da riqueza do país. A polícia podia prender os negros sem uma acusação formalizada, o que favorecia a prática da tortura. O governo de Mandela determina a formação de fóruns para que os acusados de assassinato e tortura confrontem suas vítimas, as chamadas Comissão de Verdade e Conciliação, organizadas para investigar os abusos cometidos contra os negros. Após admitirem sua culpa, os torturadores e assassinos são anistiados de acordo com uma tradição nativa. As sessões da Comissão misturavam, de forma inusitada, justiça e religião. Sinopse: o filme acompanha o trabalho de dois jornalistas que estão cobrindo os depoimentos e possuem opiniões opostas sobre a anistia concedida pelo governo Mandela. Ponto forte: o filme trabalha a África do Sul pós-apartheid, nunca antes abordada no cinema. O caráter documental é ressaltado pelos depoimentos, reproduzidos do livro Country of My Skull, da jornalista Antjie Krog. A beleza das paisagens e a interpretação dos atores principais também se destacam na obra.


Um filme que indico para meus alunos é Em minha terra que retrata a África do Sul em 1995, contando a história fictícia de dois jornalistas que fazem a cobertura dos julgamentos dos crimes cometidos durante o Apartheid. Tem como pano de fundo a Comissão da Verdade e Reconciliação e através dos depoimentos, interrogatórios e julgamentos podemos conhecer melhor os atos de violência e crueldades cometidos nesse período. O filme é dirigido por John Boorman e tem nos papeis principais Samuel L. Jackson e Juliette Binoche com excelentes atuações. Geógrafa e historiadora Fernanda Surita Duarte

O Encouraçado Potemkin




O Encouraçado Potemkin
Bronenosets Potyomkim. URSS, 1925, 75 minutos. Direção: Sergei Eisenstein. Elenco: Aleksandr Antonov, Vladimir Barsky, Grigori Aleksandrov. Contexto histórico: a rebelião dos marinheiros do Encouraçado Potemkin, dentro dos protestos de 1905 contra o czar Nicolau, que havia jogado a Rússia em uma guerra desastrosa contra o Japão. Sinopse: descreve a revolta de marinheiros que sofriam todos os tipos de privações e ainda eram obrigados a comer carne estragada. Ponto forte: O filme segue os padrões do realismo socialista: o herói coletivo, a arte como elemento de conscientização e mobilização, o estereótipo dos personagens; mas ao mesmo tempo é tecnicamente audacioso e inovador. A obra tornou Eisenstein um dos principais cineastas da história do cinema.

A Era da Inocência




A Era da Inocência
L'Âge des Ténèbres. CAN, 2007, 104 minutos. Direção: Denys Arcand. Elenco: Marc Labrèche, Diane Kruger. Contexto histórico: a era contemporânea comparada ao período medieval. Sinopse: um cidadão comum imagina que é um grande astro, cercado de mulheres e dinheiro para compensar a vida vazia e a falta de atenção dos familiares. Ponto Forte: o título original do filme é A Idade das Trevas referindo-se ao período medieval. Na Idade Média, havia a ausência de vida urbana e o perigo de deslocamento entre feudos, devido à inexistência de um poder público que garantisse a segurança. As pessoas viviam de forma isolada. Segundo a visão do diretor, estamos retornando ao isolamento medieval, mas por outros motivos: a falta de comunicação, o esconderijo atrás das telas dos computadores, do som dos Ipods. Se na Idade Média não havia estradas, agora os engarrafamentos dificultam os deslocamentos. Se havia o isolamento pela distância, agora há o isolamento na proximidade, pois as pessoas não conversam com seu próximo, mas pelos celulares. Outras relações com o mundo medieval são feitas no decorrer do filme, como os árabes perseguidos por serem árabes, principalmente após o 11 de setembro. Essa perseguição lembra a grande dualidade medieval: cristãos versus mulçumanos. A ausência do estado medieval foi trocada por um estado que existe, mas não resolve nada, apenas mantêm uma burocracia ineficiente que finge resolver as questões dos cidadãos. A obra tem uma visão pessimista: na Idade Média, pelo menos, havia um objetivo claro, havia fé, cega ou não. Agora não temos mais objetivos e nenhum tipo de fé. Não é somente um filme, é quase uma tese sociológica. O filme fecha a trilogia do diretor canadense O Declínio do Império Americano (1986) e Invasões Bárbaras (2003), que discute de maneira intelectual os rumos da civilização ocidental. Imperdível.


Era uma vez na América


Era uma vez na América
Once upon a time in América. ITA/EUA, 1983, 236 min. Direção: Sergio Leone. Elenco: Robert De Niro, James Woods, Elizabeth McGovern. Contexto histórico: retrata três períodos da sociedade norte-americana: os anos de ouro da década de 20, após a primeira Guerra Mundial; os anos da grande depressão, após a quebra da bolsa e o estabelecimento da Lei Seca na década de 30; o auge da Guerra Fria, na década de 60. Sinopse: retrata o submundo de Nova Iorque, cada vez mais dominado pelo crime organizado e a ascensão econômica de uma gangue durante o período de vigência da Lei Seca. Ponto Forte: filme de gangster, ou seja, de crime organizado, que se configura em praticamente um gênero do cinema norte-americano, sendo um dos mais importantes, justamente por desmistificar esse gênero. Um verdadeiro épico com seis horas de duração (versão atual reduzida para quatro) e que custou trinta milhões de dólares. Reconstituição impecável de época. O roteiro é baseado em uma novela autobiográfica escrita por um ex-gângster. O filme faz uma analogia crítica: o mundo atual seria a concretização daquilo que os gângsteres planejaram na década de 30.

Estado de Sítio


Estado de Sítio
État de Siège. FRA/ITA/ALE, 1973, 120 minutos. Direção: Costa-Gravas. Elenco: Yves Montand, Renato Salvatori, Jacques Weber. Contexto histórico: ditaduras militares da América Latina nas décadas de 60 e 70. Sinopse: um professor de tortura, colaborador das ditaduras militares da América do Sul, é encontrado morto. A partir desse acontecimento, a história é contada em flashback, mostrando a ação dos Tupamaros (referente a Túpac-Amaru, cacique morto pelos espanhóis no século XVIII), grupo radical da esquerda armada. Ponto forte: retrata a interferência dos Estados Unidos na implantação de ditaduras militares na América Latina. Os EUA, após a Revolução Cubana, começaram a achar mais seguro a implantação de regimes militares de direita, a fim de garantir a continuidade do capitalismo na América, dentro do quadro da Guerra Fria. Filme extremamente panfletário e polêmico, principalmente por ser simpático a um grupo armado. Baseado na história real de Franco Solinas.

Fahrenheit 451




Fahrenheit 451
Fahrenheit 451. ING, 1966, 112 minutos. Direção: François Truffaut. Elenco: Oskar Werner, Julie Christie, Cyril Cusack. Contexto histórico: apesar de atemporal, revela preocupações típicas dos anos 50 (quando o livro foi escrito) e 60 (quando o filme foi feito), como as ditaduras militares, os autoritarismo e o poder dos meios de comunicação de massa. Sinopse: conta a história do bombeiro Montag, cuja função era ensinar os colegas novatos a encontrar livros escondidos e queimá-los. Por curiosidade, ele experimenta ler um livro e fica fascinado. Acaba transformando-se em um leitor e também em um subversivo, pois a leitura de livros é proibida pelo Estado. Logo que começa a ler, senti-se deslocado e depois passa a sentir-se um estranho no corpo de bombeiros. É denunciado pela própria esposa (as pessoas são incentivadas a delatar os familiares: “Companheiros, não deixem de observar seus amigos. Estar vigilante é o seu dever. É necessário que colaborem para a ordem”) e acaba perseguido pelos antigos colegas. Por fim, ele foge - apesar da televisão anunciar a sua morte - e acaba integrando uma espécie de “sociedade secreta”, chamada pessoas livro. O grupo decora livros clássicos para que as obras não se percam, resguardando, assim, o conhecimento humano. Ponto forte: O filme retrata um universo, onde a palavra impressa é proibida, somente são permitidos números e imagens. As pessoas são proibidas de ter e ler livros, considerados objetos subversivos. Elas escondem os livros em falsos televisores, em lustres, em móveis, em geladeiras. Quando as obras são achadas, elas são queimadas pelos bombeiros (fahrenheit 451, que se refere o título do filme, é a “temperatura ideal” para queimar livros), que não possuem mais a função de apagar incêndios, devido ao material das casas serem totalmente a prova de fogo, mais sim eliminar os livros. Ou seja, os bombeiros inverteram o seu papel, não apagam incêndios, mas os provocam. Eles usam uniforme preto e fazem saudações ao estilo nazi-fascista. As pessoas têm medo dos bombeiros, como se eles fossem uma polícia secreta.
O fim dos livros, resulta na perda das emoções pelas pessoas, que se tornam frias e distantes (“não estão vivendo, estão só matando o tempo”). As pessoas suprem o vazio existencial tomando comprimidos e assistindo televisão. O aparelho substitui a família, os telespectadores são chamados de “primos” e é criada uma falsa interatividade, visando fornecer um sentimento de participação. Participar de um programa significa entrar na “família”. Um novo aparelho de tv significa aumentar a família. O diretor do programa de televisão é chamado de “chefe da família”. Esse contexto gera atitudes infantilizadas, diálogos superficiais, dificuldade de articulação e de raciocínio. As pessoas evitam qualquer sentimento mais profundo. Mas a arbitrariedade retratada vai além da destruição dos livros: os homens são proibidos de ter cabelo comprido e existe a patrulha de limpeza para cortá-lo, as crianças só aprendem números e operações básicas de matemática no colégio; as ruas estão cheias de caixas para colocar denúncias anônimas. No fundo, o filme é uma grande homenagem aos livros e a leitura. Baseado no livro homônimo de Ray Bradbury.

Vale a pena destacar a inteligência do roteiro:
Chefe dos bombeiros:
- “Os livros não tem nada a dizer. São sobre pessoas que nunca existiram. Filosofia é pior que romance. É apenas o desejo de escrever, vaidade”.
- “Um livro sobre câncer de pulmão e todos os fumantes entraram em pânico, então pela paz de espírito de todos, nós o queimamos”
- “Quem lê se acha superior e todos devem ser iguais. O único meio de sermos felizes é tornar todo mundo igual. Então devemos queimar os livros, todos os livros”.
- “Deixamos esse monte de contradição queimar”
Montag:
- “Queimar livros é um trabalho como outro qualquer. Bom trabalho, e com muita variedade. Segunda, queimamos Micer. Terça, Tolstoi. Quarta, Walt Whitman. Sexta, Faulkner. Sábado e Domingo, Schopenhauer e Sartre”.

Diálogos entre Montag e os chefes dos bombeiros:
“Chefe dos bombeiros: - O que faz nos dias de folga?
Montag – Corto a grama.
Chefe - E se a lei proibir?
Montag - Vejo-a crescer, meu capitão”.

“Chefe dos bombeiros: - Os livros são apenas lixo.
Montag – Então, porque ainda há pessoas que os lêem sendo tão perigosos?
Chefe dos bombeiros: - Porque é proibido. Porque faz as pessoas ficarem infelizes. Livros perturbam as pessoas, tornam-as anti-sociais”.



Forest Gump, o Contador de História





Forest Gump, o Contador de História
Forest Gump. EUA, 1994, 142 minutos. Diretor: Robert Zemeckis. Elenco: Tom Hanks, Robin Wright Penn, Gary Sinise, Sally Field. Contexto histórico: os Estados Unidos durante a segunda fase da Guerra Fria (1962-1979), chamada de Coexistência Pacífica ou Distensão. Sinopse: Forest Gump, apesar de possuir uma inteligência limitada, participa de diversos acontecimentos da história dos Estados Unidos, mesmo que sua participação ocorra de forma acidental. O filme mostra, como pano de fundo, a Guerra do Vietnã e os protestos contra a guerra, o movimento hippie, os atentados à vida de diversos presidentes norte-americanos, o racismo, o grupo Panteras Negras, a aproximação dos EUA com a China durante a Guerra Fria (representada pelo torneio de ping pong), o caso Watergate. Ponto forte: a obra inovou ao inserir um personagem ficcional em acontecimentos históricos como, por exemplo, quando Forrest faz um discurso no protesto realizado em Washington contra a Guerra do Vietnã, ou quando seu barco de pesca é o único a não ser destruído pelo furacão Carmen, que ocorreu na Lousiana, em 1974. Forrest contracena com presidentes norte-americanos, como Kennedy, Nixon e Johnson, e com personalidades tão díspares como Mao Tsé-Tung e John Lennon (o ator Tom Hanks é inserido digitalmente em cenas reais). O personagem vê o mundo com uma simplicidade cândida. O filme mistura humor, drama, sentimentos e história na medida certa. Alguns críticos interpretam-no como uma crítica à mediocridade da sociedade norte-americana, pois mesmo limitado intelectualmente Forrest consegue destaque social relevante. Outros vêem uma mensagem otimista, de que com dedicação, honestidade e esforço é possível superar obstáculos. Os personagens são extremamente bem construídos, quase uma construção literária. O nome do protagonista foi retirado ironicamente de Nathan Bedford Forrest, general do sul na Guerra de Secessão e um dos fundadores da Ku Klux Klan. O filme ganhou seis Oscar, incluindo melhor filme, e o Globo de Ouro. Imperdível.

Guantalamera




Guantalamera
Guantalamera. CUB/ESP/ALE, 1995, 105 minutos. Elenco: Carlos Cruz, Mirta Ibarra, Jorge Perugorría. Contexto histórico: a burocracia do governo cubano de Fidel Castro. Sinopse: mulher e seu marido precisam transportar o corpo da tia morta para o seu “distrito de origem”. A missão é complicada por uma nova lei da burocracia cubana: o rodízio de carros no transporte dos mortos que vão ser enterrados em outras cidades para “racionar o gasto de gasolina”. Ponto forte: aguda crítica a burocracia comunista cubana que estabelece uma lei ineficiente e absurda, conseguindo burocratizar até a morte. Um road movie de crítica social. Guantanamera é a mais famosa canção de Cuba. Inspirado em fatos reais.


Guerra do Fogo




Guerra do Fogo
La Guerre du Feu. FRA/CAN, 1981, 100 minutos. Direção: Jean-Jacques Annaud Elenco: Ron Perlman, Rae Dawn Chong, Nameer El-Kadi. Contexto histórico: Pré-história. Sinopse: três membros de um clã partem em busca de fogo para a sua tribo. O fogo do clã havia apagado por acidente e eles não sabiam como reacender. No caminho, enquanto enfrentam a hostilidade de outras tribos e os perigos da natureza bruta, descobrem recursos para sua sobrevivência e formas de controlar o meio. Ponto Forte: recriação perfeita das características físicas, da vestimenta e do comportamento do homem pré-histórico. Filmado no Quênia, Escócia, Finlândia e Canadá, locais em que teriam vivido os homens pré-históricos. O filme é baseado em um livro de antropologia, O Macaco Nu, de Desmond Morris. Cesar de Melhor Filme e Direção.

“Excelente reconstituição da Pré-História. Em que pese a confusão cronológica, demonstrada nas cenas em que tribos de diferentes estágios evolutivos entram em contato entre si. A caracterização dessas tribos é feita de maneira surpeendente. Com uma bela fotografia e sem uma fala, o filme retrata o contato entre um grupo de homínideos que só se comunica através de gestos e grunhidos, além de não saber dominar a técnica de fazer fogo, e outro grupo, mais evoluído e com uma comunicação e hábitos mais complexos”. Historiador Paulo Jardim.


Guerra de Canudos




Guerra de Canudos
BRA, 1997, 70 minutos. Direção: Sérgio Rezende. Elenco: José Wilker, Cláudia Abreu, Paulo Betti, Marieta Severo. Contexto histórico: os movimentos messiânicos da República Velha, gerados pela miséria do nordeste. O arraial de Canudos, com seus 25 mil habitantes, prejudicava os latifundiarios do interior baiano: quanto mais moradores no povoado, menos trabalhadores nas terras. A igreja local também era prejudicada: quanto mais seguidores do Profeta, menos fiéis. A elite local, então, pede a intervenção do governo federal no arraial. Após resistir a três investidas, o povoado foi destruído pelo exército brasileiro e Conselheiro foi assassinado. Sinopse: o filme acompanha uma família nordestina de retirantes que se estabelece junto com o profeta Antonio Conselheiro em Canudos. A obra reproduz desde a fundação do arraial até a sua destruição pelo exército brasileiro , enviado ao interior da Bahia para acabar com o povoado. Porém, o diretor mostra toda a longa resistencia dos fiéis as investidas policiais e militares contra Canudos. Ponto forte: retoma a questão dos movimentos messiânicos no Brasil, vinculando-os a miséria. Recupera a figura de Antônio Conselheiro, referência histórica na abordagem desse fenômeno social no Brasil. Reproduz literalmente muitas frases retiradas da obra de Euclides da Cunha, Os Sertões. E ainda resalta a posição desfavorável de Conselheiro em relação à República (“Quem inventou os impostos? Quem tirou D. Pedro? Quem terminou com o casamento religioso?”). O filme deu origem a uma série homônima da Rede Globo.

Guerra do Brasil


Guerra do Brasil
BRA, 1986, 104 minutos. Direção: Silvio Back. O documentário retrata a Guerra do Paraguai, com entrevista e encenação das batalhas. Mistura cenas documentais e ficção, fotografias com entrevistas, buscando compreender o maior conflito bélico da história da América do Sul, que envolveu Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai. A briga era pela hegemonia da América do Sul. O Paraguai, na época, contava com um razoável conjunto de industrias, tinha uma população alfabetizada e uma boa força militar. O desenvolvimento e a autonomia do Paraguai assustou os demais paises do continente, principalmente Brasil e Argentina, que junto com o Uruguai formaram a Tríplice Aliança. Ainda hoje, o Paraguai tenta se recuperar dessa guerra, pois cerca de 60% por cento da sua população foi dizimada e o país foi completamente destruído. Essa foi a ação mais imperialista da história do Brasil.