CINEMA E HISTÓRIA

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quarta-feira, 27 de abril de 2011

A Era da Inocência




A Era da Inocência
L'Âge des Ténèbres. CAN, 2007, 104 minutos. Direção: Denys Arcand. Elenco: Marc Labrèche, Diane Kruger. Contexto histórico: a era contemporânea comparada ao período medieval. Sinopse: um cidadão comum imagina que é um grande astro, cercado de mulheres e dinheiro para compensar a vida vazia e a falta de atenção dos familiares. Ponto Forte: o título original do filme é A Idade das Trevas referindo-se ao período medieval. Na Idade Média, havia a ausência de vida urbana e o perigo de deslocamento entre feudos, devido à inexistência de um poder público que garantisse a segurança. As pessoas viviam de forma isolada. Segundo a visão do diretor, estamos retornando ao isolamento medieval, mas por outros motivos: a falta de comunicação, o esconderijo atrás das telas dos computadores, do som dos Ipods. Se na Idade Média não havia estradas, agora os engarrafamentos dificultam os deslocamentos. Se havia o isolamento pela distância, agora há o isolamento na proximidade, pois as pessoas não conversam com seu próximo, mas pelos celulares. Outras relações com o mundo medieval são feitas no decorrer do filme, como os árabes perseguidos por serem árabes, principalmente após o 11 de setembro. Essa perseguição lembra a grande dualidade medieval: cristãos versus mulçumanos. A ausência do estado medieval foi trocada por um estado que existe, mas não resolve nada, apenas mantêm uma burocracia ineficiente que finge resolver as questões dos cidadãos. A obra tem uma visão pessimista: na Idade Média, pelo menos, havia um objetivo claro, havia fé, cega ou não. Agora não temos mais objetivos e nenhum tipo de fé. Não é somente um filme, é quase uma tese sociológica. O filme fecha a trilogia do diretor canadense O Declínio do Império Americano (1986) e Invasões Bárbaras (2003), que discute de maneira intelectual os rumos da civilização ocidental. Imperdível.


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