CINEMA E HISTÓRIA

CINEMA E HISTÓRIA

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sou Cuba




Sou Cuba


Soy Cuba. CUB/URSS, 1964, 140 minutos. Direção: Mikhail Kalatozov. Elenco: atores amadores. Contexto histórico: o período da ditadura de Fulgêncio Batista em Cuba, a oposição universitária nas cidades e o início da guerrilha rural que acabou resultando na Revolução Cubana. Sinopse: o filme apresenta a utilização de Cuba como um “quintal” americano, um lugar para diversões, com espetáculos noturnos e prostituição, depois mostra a exploração dos camponeses pelos latifundiários, o movimento estudantil contra o regime de Fulgêncio Batista e o início da Guerrilha em Sierra Maestra. Ponto forte: as filmagens foram realizadas nos lugares onde os fatos retratados aconteceram. Uma ficção apresentada como documentário. Não foram utilizados atores profissionais, somente pessoas comuns ou atores iniciantes, para dar mais veracidade a narrativa. A idéia do realismo socialista de personagem coletivo já aparece no título: a heroína do filme é a própria Cuba. O filme foi uma encomenda feita à União Soviética pelo Instituto Cubano Del Arte e Indústria Cinematográfica (ICAIC). A idéia era produzir um filme didático que “atingisse as massas”. O maior cineasta do mundo comunista no período, diretor do consagrado Quando voam as cegonhas, Kalatozov, ficou encarregado do trabalho. Mas o governo cubano não gostou do resultado final. Em 2004, um documentário brasileiro, Soy Cuba: o mamute siberiano, de Vicente Ferraz, revela os bastidores da produção e questiona os motivos que levaram o filme a cair no esquecido durante muitos anos.

Exatos 37 anos antes do governo comunista de Cuba, o governo comunista da União Soviética buscou também “chegar nas massas” através de um filme didático e nacionalista que reconstituía a Revolução de 1917:
Outubro. Oktybr. URSS, 1927, 95 minutos, P&B. Direção: Sergei Eisenstein e Grigori Aleksandrov. Elenco: Wladimir Popov, Vasili Nikandrov. Filme estatal, portanto uma propaganda explícita, realizado com o objetivo de comemorar os dez anos da vitória da Revolução Vermelha. Narra o processo revolucionário dos bolcheviques. Filmado nos locais onde os fatos realmente aconteceram dando um aspecto de documentário apesar de ser um filme de ficção. A semelhança física dos atores com os personagens históricos representados acentua esse aspecto documental. O filme foi considerado complicado e complexo, o que desgostou o governo comunista que queria um filme didático exaltando a revolução. A censura Stalinista obrigou Eisenstein a tirar Trotsky de seu épico sobre a Revolução Comunista. Um falso documentário.


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