CINEMA E HISTÓRIA

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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Syriana, a Indústria do Petróleo



Syriana, a Indústria do Petróleo




Syriana. EUA, 2005, 126 minutos. Direção: Stephen Gaghan. Elenco: George Clooney, Matt Damon, Amanda Peet, William Hurt. Contexto histórico: atual, Oriente Médio. Sinopse: “As companhias de petróleo são as mais lucrativas da América, desde que não inventem um carro movido a água e continue o caos no Oriente Médio”. Essa frase sintetiza bem Syriana, um complexo filme que retrata a relação entre monarquias árabes, empresas petrolíferas, terrorismo e miséria no Oriente, serviço secreto (CIA), Hezbollah e Islã. Ponto forte: os personagens são construídos de forma realista (em algumas partes, o filme é falado em árabe). O mundo árabe não aparece como uma caricatura, mas como algo a ser compreendido: a violência e a miséria gerando o terrorismo. Monarquias árabes assentadas no petróleo, ligadas a interesses de empresas norte-americanas. Explicita o apoio dos EUA a governantes despóticos e ditadores no Oriente, visando garantir a exploração do petróleo. A política e a corrupção por trás das grandes fusões, as grandes corporações como uma máfia, como crime organizado, que chegam a assassinar opositores. O filme lembra que ninguém, ou seja, nenhum ocidental sai impune do mundo árabe. Lembra também que muitas dessas corporações arrecadam mais do que “o produto interno bruto” de “países como o Paquistão e a Dinamarca”. Se as empresas americanas estão no oriente, nos Estados Unidos estão dez milhões de mulçumanos, e isso torna as questões do petróleo e do terrorismo mais complexas. Cuidado: filme extremamente violento.

Emir esclarecido e bem intencionado busca melhorias sociais em seu país, mas acaba assassinado devido aos interesses das empresas petrolíferas: “uma ligação dos Estados Unidos e cortamos os nossos programas sociais para comprar aviões superfaturados [...] eu aceitei proposta chinesa, o lance mais alto, de repente eu sou um terrorista, um comunista ateu”.
“Quando um país tem 5% da população mundial, mas é responsável por 50% dos gastos militares, então, o poder de persuasão desse país está em declínio”.
Líder religioso mulçumano: “Eles tentarão esconder a diferença para insinuar que mulçumanos que falam de religião são pessoas fanáticas ou retrógradas. [...] Não é possível superar a cisão entre as necessidades humanas e a vida moderna através do livre comércio. Impossível. O divino e o mundano são um só conceito. O alcorão diz: nenhuma separação entre religião e Estado”.
“A dor de viver no mundo moderno nunca será sanada por uma sociedade liberal”.

Empresário de uma empresa petrolífera: “O capitalismo não existe sem desperdício, devemos agradecer aos Estados Unidos por produzirem um quarto do lixo e da demanda mundial [...] A corrupção é a nossa proteção, nos mantêm seguros e aquecidos. Corrupção é o nosso jeito de vencer”

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