CINEMA E HISTÓRIA

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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Desmundo





Desmundo
BRA, 2002, 100 minutos. Direção: Alain Fresnot. Elenco: Osmar Prado, Simone Spoladore, Caco Ciocler, Berta Zemel, Beatriz Segall. Contexto histórico: o Brasil do século XVI no período colonial. Um dos poucos filmes que retrata esse período. Sinopse: A igreja portuguesa envia órfãs que estavam sendo preparadas para a vida religiosa a fim de casarem-se com os rústicos e brutos colonizadores no Brasil, com o objetivo de realizar casamentos cristãos. Oribela, uma dessas órfãs, casa obrigada com Francisco de Albuquerque e sofre todo o tipo de violência em um Brasil ainda selvagem. Ponto forte: o uso do português arcaico, falado no período, a precisão da reconstrução histórica. Oribela representa as vítimas do brutal processo “civilizatório” do Brasil. Baseado no livro Desmundo, de Ana Miranda. Atenção: assista ao filme com legendas mesmo sendo falado em português, pois o português utilizado é o do século XVI, apenas parcialmente compreensível atualmente.

Os primeiros relatos europeus sobre o novo mundo, a partir das descobertas marítimas dos séculos XV e XVI, apresentam uma “visão do paraíso perdido” nas terras recém-descobertas. Esses escritos privilegiavam as informações econômicas, a descrição dos recursos que poderiam ser explorados pela metrópole. Em um plano secundário, esses relatos traziam informações ressaltando a fauna e a flora exótica e os estranhos costumes “das gentes” do novo mundo. Por mais absurdo que possa parecer hoje, os europeus acreditavam que encontrariam animais pré-históricos na América e na África, como se esses lugares representassem o “elo perdido” do homem. A visão etnocêntrica – centrada somente na sua própria cultura e não aceitando diferenças – dos europeus não permitiu um respeito e uma real integração com os povos nativos: milhares foram exterminados ou escravizados.

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